Maria do Socorro-Presente! |
Aula do Prof Ronaldo Lima Lins No HCTE/UFRJ |
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Manifestação no CEPG-UFRJ |
A grande recusa hoje
“O movimento começou muito inocentemente... como um
movimento pela reforma universitária”
Barbárie, destruição e omissão é o retrato da sociedade brasileira.
Refletir sobre o papel da universidade, em especial do seu potencial para atuar como pólo irradiador de reflexões e transformação é exigência primeira. .
“Mesmice e repetição sem criatividade”, nos acusará a maioria dos professores e intelectuais que ocupam cargos na universidade pública brasileira. “Arroubos” tardios da juventude. Acusação daqueles que, por opção ideológica, e não por ignorância, preferem a omissão e a passividade.
Lutar para colocar a universidade a favor da transformação social é nossa opção e mais, nossa obrigação. Luta antiga, tão antiga quanto a história da universidade na América Latina. O Manifesto de Córdoba, escrito em 1918, quando estudantes argentinos lutavam por mudanças na universidade, de impressionante atualidade, é claro:
…. “Las universidades han sido hasta aquí el refugio secular de los mediocres, la renta de los ignorante, la hospitalización segura de los inválidos y- lo que es peor aún-el lugar en donde todas las formas de tiranizar y de insensibilizar hallaron la cátedra que las dictara.
Las universidades han llegado a ser así el fiel reflejo de estas sociedades decadentes que se enpeñan en ofrecer el triste espectáculo de una inmovilidad senil. Por esto es que la ciencia, frente a estas casa mudas y cerradas , pasa silenciosa o entra mutilada y grotesca al servicio burocrático”.(Parte do Manifesto de Córdoba-1918)
Esta é nossa história; séculos de dominação ignorados ou tratados com subterfúgios. Dominação que, quando considerada como categoria analítica, é tratada com o enfoque de uma vassalagem cultural e despreza determinações históricas e sócio econômicas.
Quase um século depois do manifesto de Córdoba, nossas universidades continuam como sólidas colunas de sustentação de uma sociedade desigual, dependente e exportadora, novamente, de insumos primários e criando modelos desenvolvimentistas pautados na ótica de uma sociedade capitalista.
A universidade, assim, muda apenas de forma; reformatada para atender o novo modelo de sociedade capitalista pautada no desenvolvimento tecnológico.
Pretendemos iniciar, mais uma vez, um movimento pela grande recusa.
Esperamos que se espraie em uma onda humanizante e ilumista pelas universidades públicas.
E, quem sabe, neste novo momento da história, possamos materializar a grande recusa e contribuir para real transformação da sociedade brasileira.....
“...... então rapidamente, houve o reconhecimento de que a universidade é afinal apenas uma parte da sociedade mais ampla, do establishment.....
... É um protesto total, não só porque certamente foi deflagrado por um protesto contra males específicos, contra falhas específicas , mas ao mesmo tempo por um protesto contra todo o sistema de valores, contra todo o sistema de objetivos, todo sistema de desempenhos exigidos e praticados na sociedade estabelecida
Em outras palavras, é uma recusa a continuar aceitando e a se conformar com a cultura da sociedade estabelecida, não só com as condições econômicas, não só com as instituições políticas, mas com todo o sistema de valores que eles sentem estar apodrecido no âmago.
(Hebert Marcuse -Fala aos Estudantes- A grande recusa Hoje)
MOVIMENTO UNIVERSIDADE Crítica