sábado, 17 de novembro de 2012

GREVE: 124 dias de luta contra o falido projeto neoliberal para educação superior brasileira




GREVE!!-Assembléia no CT/UFRJ
      
         O breve distanciamento temporal do calor dos acontecimentos possibilita um balanço despido da emoção, companheira constante destes 124 dias de luta. Dos sentimentos permanentes: a emoção dos encontros e lutas conjuntas, passeatas, shows públicos num Canecão ocupado pela ousadia do nosso movimento estudantil e a construção da maior faixa de greve num HU em perigo e à beira de privatização.
    Dos sentimentos que perturbam: a perplexidade e indignação com o individualismo de professores que se posicionaram contra greve por razões imediatistas ou compromissos ideológicos que se ajustam a um projeto de universidade excludente e instrumental.

 A UFRJ em luta disputa projetos antagônicos para a educação superior brasileira 
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Baixos salários, carreira desestruturada, condições insuportáveis de trabalho, containers, incêndios, desabamentos, falta de bandejão, alojamento e bolsas para assistência estudantil, CAP sem professores, HU sem emergência e Campus de Macaé exigindo condições de funcionamento são apenas alguns dos problemas que compõem a realidade da UFRJ que vivemos.


Macalé no Canecão ocupado pelo  ME da UFRJ

UFRJ em luta !



         Cenário que se completa com a falta e evasão de técnicos de nível superior devido aos baixíssimos salários. Como parte do mesmo problema, a altíssima evasão na pós-graduação devido à falta e defasagem das bolsas. Ao mesmo tempo, crescimento da dotação orçamentária ao setor privado da educação, seja por isenção fiscal (15-17 bilhões) ou por repasses do MEC para financiamento do crédito educativo (5,7 bi em 6 meses) .
              E a greve termina, sem atendimento das nossas mais simples reivindicações, sem negociação, aumento real ou plano de carreira, e com a assinatura de um PL confuso por um sindicato pelego, que agora começa a criar apreensão ao professorado ausente das assembleias. Uma greve sem o protagonismo do MEC, já que a educação é um problema de ajuste dos números do orçamento ditado pelo MPOG.
     Balanço final: a greve tornou explicito os erros do Reuni, a imaterialidade do PROIFES e o autoritarismo do governo Dilma, que se impõe pela força, usando a mídia manipulada, o PROIFES, CUT e UNE como armas e forma de enganar ou domesticar estudantes, trabalhadores e a opinião pública. A recepção fortemente armada em Brasília e no Teatro Municipal são apenas exemplos da violência e criminalização imposta a estudantes e trabalhadores.


NEGOCIA DILMA! Manifestação na frente do Teatro Municipal

Repressão fortemente armada na frente do Teatro Municipal


   Nossas maiores vitórias? A radiografia do desmonte, a renovação e fortalecimento do movimento docente, o reconhecimento das assembleias como local de definição do movimento grevista e a força do ANDES como sindicato nacional. Das muitas lições políticas: greve não termina com data marcada por lei do orçamento e movimento grevista forte deve encontrar formas de radicalidade que enfrentem a truculência deste governo.
 
        E, como no ‘Germinal’, voltamos para salas de aula sabendo que renascemos e porque fizemos muito, cumprimos nosso compromisso maior: protagonizamos com coragem e rebeldia a luta em defesa do caráter público e da qualidade da UFRJ!

 Contra a privatização do Hospital Universitario via  EBSERH!!


 







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