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GREVE!!-Assembléia no CT/UFRJ |
O breve distanciamento temporal
do calor dos acontecimentos possibilita um balanço despido da emoção,
companheira constante destes 124 dias de luta. Dos sentimentos permanentes: a
emoção dos encontros e lutas conjuntas, passeatas, shows públicos num Canecão
ocupado pela ousadia do nosso movimento estudantil e a construção da maior
faixa de greve num HU em perigo e à beira de privatização.
Dos sentimentos que perturbam: a
perplexidade e indignação com o individualismo de professores que se
posicionaram contra greve por razões imediatistas ou compromissos ideológicos
que se ajustam a um projeto de universidade excludente e instrumental.
A UFRJ em luta disputa projetos antagônicos
para a educação superior brasileira
.
Baixos salários, carreira
desestruturada, condições insuportáveis de trabalho, containers, incêndios,
desabamentos, falta de bandejão, alojamento e bolsas para assistência
estudantil, CAP sem professores, HU sem emergência e Campus de Macaé exigindo
condições de funcionamento são apenas alguns dos problemas que compõem a
realidade da UFRJ que vivemos.
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Macalé no Canecão ocupado pelo ME da UFRJ |
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UFRJ em luta !
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Cenário que se completa com a
falta e evasão de técnicos de nível superior devido aos baixíssimos salários.
Como parte do mesmo problema, a altíssima evasão na pós-graduação devido à
falta e defasagem das bolsas. Ao mesmo tempo, crescimento da dotação
orçamentária ao setor privado da educação, seja por isenção fiscal (15-17
bilhões) ou por repasses do MEC para financiamento do crédito educativo (5,7 bi
em 6 meses) .
E a greve termina, sem
atendimento das nossas mais simples reivindicações, sem negociação, aumento
real ou plano de carreira, e com a assinatura de um PL confuso por um sindicato
pelego, que agora começa a criar apreensão ao professorado ausente das
assembleias. Uma greve sem o protagonismo do MEC, já que a educação é um
problema de ajuste dos números do orçamento ditado pelo MPOG.
Balanço final: a greve tornou
explicito os erros do Reuni, a imaterialidade do PROIFES e o autoritarismo do
governo Dilma, que se impõe pela força, usando a mídia manipulada, o PROIFES,
CUT e UNE como armas e forma de enganar ou domesticar estudantes, trabalhadores
e a opinião pública. A recepção fortemente armada em Brasília e no Teatro
Municipal são apenas exemplos da violência e criminalização imposta a
estudantes e trabalhadores.
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NEGOCIA DILMA! Manifestação na frente do Teatro Municipal |
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Repressão fortemente armada na frente do Teatro Municipal |
Nossas maiores vitórias? A radiografia do desmonte,
a renovação e fortalecimento do movimento docente, o reconhecimento das
assembleias como local de definição do movimento grevista e a força do ANDES
como sindicato nacional. Das muitas lições políticas: greve não termina com
data marcada por lei do orçamento e movimento grevista forte deve encontrar
formas de radicalidade que enfrentem a truculência deste governo.
E, como no ‘Germinal’, voltamos para salas de
aula sabendo que renascemos e porque fizemos muito, cumprimos nosso compromisso
maior: protagonizamos com coragem e rebeldia a luta em defesa do caráter
público e da qualidade da UFRJ!
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Contra a privatização do Hospital Universitario via EBSERH!!
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