quarta-feira, 21 de novembro de 2012

DOIS PENSAMENTOS E UMA CRISE

      
      Faça como um velho marinheiro
     que durante o nevoeiro
 
     leva o barco devagar  
                                                       
    Não falem assim em nosso nome 
     Rechaçar qualquer tentativa de ingerência com viés fortemente privatizante contra nossos
fundamentos de uma universidade pública gratuita e de qualidade sim é o que devemos fazer. Lutar
contra essas tendências que simplificam ao horror o capitalismo tornando-o apenas seu próprio
espelho é mesmo um dever dos que ainda acreditam na função do estado para o aperfeiçoamento da
sociedade. Mas devemos travar essa nossa luta tanto contra os ataques de fora quanto os de dentro.
      Não é de hoje, nem é da TV Globo que vêm essas ameaças. Ela são construídas internamente por
grupos articulados de muitos de nossos colegas que hoje se levantam com a bandeira da gratuidade
e do bem público.
    A UFRJ já é parcialmente, fortemente, privatizada e há muito vem servindo a interesses
mais afetos às grandes corporações nacionais e multinacionais do que aos ideais que ora, se
apressa em resgatar. A Universidade que queremos não sofre pressões da mídia comprometida com
interesses particularíssimos e escusos mas não pode, também, ser gerida de maneira opaca entre
meandros que efetivamente impedem um melhor direcionamento de verbas e ideias. Temos de nos
direcionar para a mudança das leis que impedem o funcionamento livre das nossas instituições de
ensino e pesquisa. Rever o conceito de autonomia universitária, transformá-la em coisa verdadeira e
usá-la para melhor nos gerir. Precisamos discutir o papel da Fundações nas universidades e
caminhar para uma autonomia que se nos permita ser o que somos e tornarmo-nos o que queremos.
   Finalmente, se não queremos a interferência que sabemos mal-intencionada de forças
externas que sabidamente trabalham na direção equívoca de um mundo desumanizado, também não
queremos esse esquecimento acovardado que vemos e tolerarmos em tantos descaminhos que de
dentro buscam o mesmo mal que não nos serve. Por uma Universidade autônoma, múltipla e sim,
pública, gratuita e verdadeira. A independência que queremos está distante dentro e fora de nós.
Os opostos: não serão os mesmos?
     Nessa guerra, que ora vivenciamos, entre a direita e a extrema direita, tem de haver um
caminho que repense a UFRJ, um caminho que proponha novas soluções com leis mais inteligentes
e sem a necessidade de mecanismos que se hoje, são necessárias, o são pelo descaso político e
estratégias apressadas com os quais as universidades, no Brasil, são pensadas. Os mecanismos
burocráticos que aparentemente facilitam o andar universitário são os mesmos que facilitam o
obscuro e que , sabidamente, vendem facilidades e são tributarias das dificuldades que os
justificam. Clamamos, nós os intocáveis, paradoxal e infelizmente, por uma justiça mais justiceira
que equilibrada, que apressa-se nas condenações por suspeita e faz disso uma prática que se volta,
claramente, contra os que a endeusaram, abrindo caminho para um perigoso desequilíbrio de
poderes no país. Há de haver uma solução que viaje devagar, olhos abertos e pela esquerda, pela
esquerda sempre, esse tem de ser o compromisso das nossas escolas federais, em todos os níveis. O
país e a UFRJ em particular, não pode se contentar em optar, pela lógica do menos ruim, entre duas
vestimentas do mesmo mal. Entre a direita e a extrema direita, optaremos ainda e sempre, pela
esquerda.
                                                                                        Ricardo Kubrusly
                                                                Professor Titular – HCTE/UFRJ

sábado, 17 de novembro de 2012

EM DEFESA DA UFRJ




 A noticia, divulgada pela Reitoria da UFRJ no dia 7/11, anunciava que o programa do Fantástico da rede Globo, iria veicular denuncias contra a UFRJ e assim atacar a credibilidade da maior instituição federal de ensino superior do país. Ela se espalhou com rapidez e ainda durante reuniões e mais reuniões, em gabinetes fechados e não tão fechados, aparece a  primeira e imediata resposta. Antecipando-se aos ataques públicos, a UFRJ solta notas explicativas e lança uma conclamação para que professores, alunos e técnico-administrativos se movimentassem unidos e em defesa “da universidade pública, gratuita, de qualidade e transparente” .(http://www.ufrj.br/mostranoticia.php?noticia=13388_Em-defesa-da-universidade-publica-gratuita-de-qualidade-e-transparente.html).
        
        Para o segmento da universidade que luta e sempre lutou unificado pela bandeira da defesa de uma universidade publica, gratuita e de qualidade, estes acontecimentos suscitam inúmeras interrogações, ainda sem respostas, que não nos permitem atender de forma irrefletida e apressada a conclamação daqueles de quem diferimos por defender outro projeto para UFRJ.
Na base da nossa reflexão a história recente da UFRJ. Basta lembrar a nossa histórica greve de 2012 que acaba sem que nossas mais simples  reivindicações fossem atendidas e nem nossas denuncias , muitas delas agora em pauta, fossem veiculadas com veracidade pela Venus Platinada.
       Neste sentido, defendo que os seguintes encaminhamentos sejam adotados:

·          Solicitar, em nome da ADUFRJ-SSind do ANDES, uma audiência com a Reitoria para esclarecimento dos fatos com objetivo de aprofundar os esclarecimentos apresentado na nota pública já divulgada. 

         Questionar as reais intenções, não ditas, que existem por trás deste ataque direto a UFRJ, trazendo e veiculando denuncias que estendem desde 2010.

        Denunciar a postura da GLOBO que, como sempre, de forma sistemática, ignora e combate os movimentos  que defendem a UFRJ e hoje pretende ser “porta-voz” das mesma denuncias que ignorou e deturpou durante os mais de 3meses de greve.


Registrar que, sim, o alojamento, o HU e o CAP e muitas das diversas unidades da UFRJ e das demais universidades públicas estão em condições lamentáveis ou sofrem problemas que são decorrência direta de  políticas  de governo. Políticas que, por exemplo, promovem a precarização da universidade pública via asfixia financeira e incentivo de parcerias público-privadas que acabam por retirar nossa autonomia e exigem, para sua materialização, a presença das fundações.

A militância que protagoniza historicamente a luta em defesa da universidade pública  e, portanto, não  se pauta apenas por ataques veiculados pela Rede Globo, sabe que a  defesa da UFRJ exige, como marco referencial e de partida, a  defesa de um determinado projeto de educação. No nosso projeto não cabe a privatização dos HUs via EBSERH, nem as precarização da UFRJ via REUNI. Não defendemos o mesmo projeto que aos professores aglutinados  num sindicato inexistente, que assina com o governo  acordos que desconhece.

O momento exige respostas e a continuidade das lutas que há muito protagonizamos em defesa de universidade publica, de qualidade, não burocratizada e, consequentemente, com autonomia para gerenciar sua verbas, recebidas diretamente do MEC. Para tal e preciso lutar por um outro modelo de universidade. Esta é a bandeira que une os protagonistas das lutas em defesa da UFRJ pública  que sonhamos e ousamos construir! Por elas estaremos, sempre, nas ruas e na luta!

Denunciaremos, sempre, o discurso privatizante da Rede Globo. Isso porque nos comprometemos com a defesa de um projeto de universidade pública, gratuita, de qualidade, a serviço da maioria da população. Parte dessa defesa é questionar as políticas do governo para a educação. E, também, exigir que as questões referentes à nossa universidade sejam debatidas publicamente, com os devidos questionamentos e esclarecimentos. 
Saudações Combativas

 Professora Vera Salim
COPPE/UFRJ
Conselheira da ADUFRJ-SSind do ANDES



GREVE: 124 dias de luta contra o falido projeto neoliberal para educação superior brasileira




GREVE!!-Assembléia no CT/UFRJ
      
         O breve distanciamento temporal do calor dos acontecimentos possibilita um balanço despido da emoção, companheira constante destes 124 dias de luta. Dos sentimentos permanentes: a emoção dos encontros e lutas conjuntas, passeatas, shows públicos num Canecão ocupado pela ousadia do nosso movimento estudantil e a construção da maior faixa de greve num HU em perigo e à beira de privatização.
    Dos sentimentos que perturbam: a perplexidade e indignação com o individualismo de professores que se posicionaram contra greve por razões imediatistas ou compromissos ideológicos que se ajustam a um projeto de universidade excludente e instrumental.

 A UFRJ em luta disputa projetos antagônicos para a educação superior brasileira 
.
Baixos salários, carreira desestruturada, condições insuportáveis de trabalho, containers, incêndios, desabamentos, falta de bandejão, alojamento e bolsas para assistência estudantil, CAP sem professores, HU sem emergência e Campus de Macaé exigindo condições de funcionamento são apenas alguns dos problemas que compõem a realidade da UFRJ que vivemos.


Macalé no Canecão ocupado pelo  ME da UFRJ

UFRJ em luta !



         Cenário que se completa com a falta e evasão de técnicos de nível superior devido aos baixíssimos salários. Como parte do mesmo problema, a altíssima evasão na pós-graduação devido à falta e defasagem das bolsas. Ao mesmo tempo, crescimento da dotação orçamentária ao setor privado da educação, seja por isenção fiscal (15-17 bilhões) ou por repasses do MEC para financiamento do crédito educativo (5,7 bi em 6 meses) .
              E a greve termina, sem atendimento das nossas mais simples reivindicações, sem negociação, aumento real ou plano de carreira, e com a assinatura de um PL confuso por um sindicato pelego, que agora começa a criar apreensão ao professorado ausente das assembleias. Uma greve sem o protagonismo do MEC, já que a educação é um problema de ajuste dos números do orçamento ditado pelo MPOG.
     Balanço final: a greve tornou explicito os erros do Reuni, a imaterialidade do PROIFES e o autoritarismo do governo Dilma, que se impõe pela força, usando a mídia manipulada, o PROIFES, CUT e UNE como armas e forma de enganar ou domesticar estudantes, trabalhadores e a opinião pública. A recepção fortemente armada em Brasília e no Teatro Municipal são apenas exemplos da violência e criminalização imposta a estudantes e trabalhadores.


NEGOCIA DILMA! Manifestação na frente do Teatro Municipal

Repressão fortemente armada na frente do Teatro Municipal


   Nossas maiores vitórias? A radiografia do desmonte, a renovação e fortalecimento do movimento docente, o reconhecimento das assembleias como local de definição do movimento grevista e a força do ANDES como sindicato nacional. Das muitas lições políticas: greve não termina com data marcada por lei do orçamento e movimento grevista forte deve encontrar formas de radicalidade que enfrentem a truculência deste governo.
 
        E, como no ‘Germinal’, voltamos para salas de aula sabendo que renascemos e porque fizemos muito, cumprimos nosso compromisso maior: protagonizamos com coragem e rebeldia a luta em defesa do caráter público e da qualidade da UFRJ!

 Contra a privatização do Hospital Universitario via  EBSERH!!


 







domingo, 19 de agosto de 2012

Os Sonhadores se apresentam para a luta


para os professores da UFRJ em greve que no dia 17 de agosto, juntos em diferenças, nos ensinaram que o tempo é feito de acontecimentos

 Prof. Ricardo Kubrusly- IM e HCTE/UFRJ



Me recordo de um colega aos gritos dizendo que éramos sonhadores e que não adiantávamos pensar que mudaríamos o mundo ou derrubaríamos o governo pois estes estavam postos, como frutas velhas sobre a mesa e que pouco importava se a proposta do governoproifes era ruim ou muito ruim ou péssima, era aquilo que tínhamos e que teríamos de engoli-la gostando ou não e que o futuro já estava dado e caberia a nós, a nós professores e estudantes e técnicos que ali desavergonhadamente sonhávamos, apenas o papel de se nos adaptarmos a ela, essa mentira de governoproposta feita de e por pelegos, que entre nós, como dobermans da normalidade enrolados em seus próprios umbigos a tentar frear velocidades. Ah... e, como sempre, sob pena de perdermos a história.

Já ouvimos esses mesmos blablabas em outras ocasiões e eles  nos são apresentados sempre que alguma perversão nos é preparada por essa sequência de governos metidos a sabidos  e seus pelegos que carregamos desde a ditadura militar e que embrulhando um pacote de história pronta, enfiam a coisa pronta.... Sai pra lá, professor sem sonhos! As nossas revoluções são sim as nossas assembleias  e  a farsa do futuro inevitável, há muito que já não nos impressiona.

Pobre homem sem sonhos, infeliz escravo contente que prefere se unir ao opressor do que lutar por sua libertação, fincado  a um passado onde a miséria se lhe sustenta e preso a uma promessa de um futuro individualista e onde finalmente branco e rico gozaria suas mazelas em paz, é ele que inventa um futuro inevitável, como farsa necessária para por-se em movimento e, de fato, move-se no círculo diminuto que seu próprio umbigo possibilita. Pobre professor que aos gritos clamava o fim do movimento, triste virgem catatônica que enrolada em seu cordão furioso exigia a normalidade quando está já não mais se apresentava nos cardápios dos acontecimentos.

Estariam pedindo socorro? Olhem por mim, vocês que agora e ainda sonham um mundo mais justo e uma universidade plural e educadora. Olhem por mim com seus sonhos feitos de ações e pensamentos. Me ajudem a ser para além desse umbigo fétido que sobre a mesa apodrecido me imobiliza e desconcerta. Seria isso? Pediriam ajuda?

A UFRJ mais uma vez se apresenta com nossos professores e estudantes e técnicos unidos por uma educação viva que nos apresente uma possibilidade de futuro diferente e melhor. Que bela aula de ideias e desejos, que poema avassalador produzimos nesse 17 de agosto.

Somos os sonhadores radicais e só os sonhadores radicais caminham quando a hora é esse encontro de agoras que ora vivenciamos, quando a história finda e as opções de recomeço se nos acolhem e assustadoramente ouvimos enfim a voz dos nossos professores:
mescla tuas certezas com tuas dúvidas (não confies em nenhuma das duas – nem mesmo as dúvidas são totalmente livre de preconceitos ) não nomeies, não definas ou classifiques, segue teus passos, eles já guardam em si suas definições e classificações e nomes, age, não temas, vive teu espanto e, sonhador, caminha. 
Nós somos aqueles por quem estávamos esperando!





Prof. Ricardo Kubrusly- informe HCTE indica a continuidade da greve!





domingo, 5 de agosto de 2012

A GREVE CONTINUA!!!!




Queridos professores alunos e técnicos do HCTE:
Na semana que se encerra, as negociações das universidades e outras instituições de ensino federais no Brasil com o ministério de planejamento orçamento e gestão (MPOG) foram unilateralmente interrompidas pelo governo e seus negociadores que, após marcarem uma reunião para quarta feira passada, lá chegando, disseram apenas que não iriam mais negociar com o nosso sindicato e que mandariam a proposta que tinham, como estava, para o congresso e que não se falaria mais nisso
Um grupo de professores que se autodenomina “representante da classe” e que, de fato, representa menos de 10% do total das IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) e que foi formado tendo como filosofia geradora a ideia de que os professores não precisariam ser representados sindicalmente, pois tinham canais privilegiados nos bueiros intestinais dos governos e que com isso se ajeitariam por debaixo dos panos e acabariam, pelo menos os mais pelegos, se dando bem, …, esses correram e assinaram algum acordo com o governo. A nós caberia engolir a proposta, e que proposta...
As condições precárias de trabalho que alunos professores e técnicos enfrentam não se alterariam, nosso plano de carreira continuaria, com algumas modificações, perversa e faustamente privilegiando heterogeneamente as negociações mais subterrâneas. Quanto aos números e ao aumento salarial, tão fortemente alardeado pela imprensa, ele é mentiroso, pois se levarmos em conta que deste o último reajuste da categoria, estamos, mesmo com os 4% que tivemos recentemente, em torno de 10% defasados e se levarmos em conta a inflação prevista e/ou real nos próximos três anos, esse reajuste proposto, que será diluído até 2015, depois do fim do governo federal atual, perderemos dinheiro, estaremos, no final do aumento anunciado, ganhando menos do que hoje. O projeto do governo afeta também a autonomia universitária, despreza a nossa formação, que é o que temos ao fim e ao cabo, o nosso corpo, feito dos saberes que acumulamos, dos esforços intelectuais que tivemos pelos anos para nos tornarmos mestres, doutores etc., cria mecanismos de equivalência à titulação formal que são, no mínimo, preocupantes e, desconhecendo a nossa vocação tríplice de ensino, pesquisa e extensão se nos impõe uma estrutura que rapidamente nos transformaria em escolões transformadores de jovens em robôs conformados. A proposta é estruturada de maneira assustadoramente fascista e não pode ser nem aceita nem ignorada. Nossa postura de deixar a coisa andar pra ver como é que fica (de, e eu com isso?), é irresponsável, preguiçosa e masoquista e nossos alunos e nossos jovens professores não merecem que façamos isso com eles.
Por fim, ontem, sexta feira, tivemos nova assembleia na UFRJ para analisar a situação. Por um lado, cansados por uma greve de mais de 70 dias e, teoricamente, às vésperas de iniciar um novo semestre, nossa vontade geral era que o mundo fosse outro e que pudéssemos dizer: conseguimos um pouco e a luta valeu e podemos voltar para a nossa normalidade, pois estamos melhor e mais sábios, mas ainda não chegamos a isso. Estamos em meio à luta e por mais de 100 votos contra 7, a greve continua na UFRJ. Isso significa que a nossa universidade com sua graduação e pós-graduação e tudo o mais que a compõe e justifica está em greve. Que é nosso dever tentar mobilizar e convencer aos vários setores da sociedade que a luta que ora travamos é justa, verdadeira e necessária e que o governo deve reabrir as negociações sob pena de vermos o futuro se nos apresentar um quadro educacional ainda mais sombrio do que o atual.
A ideia que historicamente trazemos de termos uma estrutura universitária esquizofrênica onde a graduação existe independentemente da pesquisa e, onde a extensão simplesmente inexiste, há muito que não se sustenta, mas deixa suas marcas e seus ranços. A pós-graduação não pode parar é uma dessas verdades partidas ao meio que se nos acostumamos a aceitar sem refletir. O que não pode parar e que de fato não para é a universidade, com suas lutas, suas invenções e descobertas. A nossa pós é parte da UFRJ e, portanto, estamos em greve. Respeitamos a autonomia de cada professor que pode e deve seguir as suas próprias decisões, não porque a pós-graduação não para, mas sim, por decisão própria. Quanto à burocracia envolvida com seus créditos e calendários e notas etc, não há nada que não se possa resolver a contento para alunos, professores e técnicos. Os direitos dos alunos de pós-graduação e de professores em greve estão assegurados pelas portarias ora em curso (ver resoluções do CEPG 01 e 02/2012).
Paradoxalmente, mas não tanto, recomeçamos nossos seminários nessa quarta feira e como fizemos nos últimos do semestre passado em greve, proponho a todos uma reunião logo após o seu término, para discutirmos os destinos da nossa greve e as posturas mais adequadas do HCTE frente aos acontecimentos.
Carinho
Ricardo Kubrusly
Professor  do HCTE/UFRJ

sábado, 28 de julho de 2012

Homenagem a Ronaldo Lima Lins







Conviver com Ronaldo Lima Lins é, sempre, aprendizado.
Defender a universidade pública tendo Ronaldo Lima Lins como companheiro é, sempre, segurança, pela sabedoria e correção ética.
Ser  amiga de Ronaldo, um  privilégio imenso que me enche de orgulho.

 Fica aqui nossa homenagem,  por mais um aniversário que comemoraremos juntos em Santa!
Carinhosamente
Vera Salim,
Movimento Universidade Crítica e
 Movimento Estudantil Quem Vem com Tudo Não Cansa


A lógica da falta de lógica

Como os navegadores de outro tempo,
consultar os ventos,
ouvir as mensagens do silêncio,
decifrar os sinais da alma.

Notar que, às vezes, o que se procura
não se vê, não se escuta, não se encontra
nos arsenais de vidro
das transparências do possível.

Como os astronautas,
sondar mistérios,
conhecer as intenções do invisível
na escuridão dos espaços infinitos.

Fazer a viagem do inverso,
ali onde não se pode estar,
onde não há pistas ou pegadas,
e reconhecer as dores da eternidade.

Como os bandeirantes,
habituar os sentidos ao gemido das florestas,
ao grito dos animais silvestres,
à solidão das regiões inabitadas.

Talvez assim, transpondo barreiras,
a lógica da falta de lógica
atinja o seu paroxismo
e mude a dinâmica das agonias.

RLL (29/09/2005)



Maria do Socorro-Presente!



Aula do Prof Ronaldo Lima Lins No HCTE/UFRJ